Olá queridos e queridas, bom estar com vocês, brincar com vocês e postar pra vocês! Estamos no clima de São João, uma das melhores épocas do ano. Para comemorar esta data tão alegre, hoje falaremos sobre a "Literatura de Cordel". Muitos de vocês já devem ter ouvido a palavra "Cordel" devido a novela "Cordel Encantado" mas não devem entender o que realmente quer dizer.
A Literatura de Cordel é um tipo de poema popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis que teve origem em Portugal. Quando chegou ao Brasil, no século XVIII, o cordel se instalou com muita força nos estados nordestinos. Os versos dos cordéis costumam ser rimados e as histórias contém desenhos de xilogravuras.
É comum que a venda seja feita pelos próprios autores, já que na maioria das vezes são eles que produzem tudo. Desde a história até o desenho e a arte final. Em feirinhas e principalmente no São João é fácil de encontrar os cordéis.
Entre os principais cordelistas podemos destacar: Patativa do Assaré, Homero do Rego Barros, Mestre Azulão, Zé Melancia, Ignácio da Catingueira, Zé Limeira, Raimundo Santa Helena, João Ferreira de Lima, entre outros.
Confira abaixo alguns trechos de Cordéis.
Camisinhas Para Todos
Mestre Azulão.
AIDS é uma moléstia
De temeridade imensa
Você vê televisão?
Ouve rádio, lê imprensa?
Não fique aí de joelhos
Tome logo meus conselhos
Para evitar a doença
AIDS não pega no beijo
Nem num aperto de mão
É transmitida no sangue
Através da transfusão
Ou na extração de dente
Se usar de um doente
A agulha da injeção
História do Boi Leitão ou o Vaqueiro que não mentia.
Francisco Firmino de Paula.
Numa cidade distante
Há muito tempo existiu
Um distinto fazendeiro
O mais rico que se viu
E tinha um jovem vaqueiro
Homem que nunca mentiu.
Também esse fazendeiro
Muitas lojas possuía
Tinha muitos empregados
Porém ele garantia
Que só aquele vaqueiro
Era sério e não mentia.
Seus amigos em palestra
Exclamavam admirados
Porque é que entre tantos
Homens nobres empregados
Somente um rude vaqueiro
É quem não causa cuidados?
Tanta riqueza inserida
Por tanta gente orgulhosa
Se julgando poderosa
No curto espaço da vida
Oh! que idéia perdida
Oh! que mente tão errada
Dessa gente que enlevada
Nessa fingida grandeza
Junta montões de riqueza
E tudo vem a ser nada
Vemos um rico pomposo
Afetando gravidade
Ali só reina bondade
Nesse mortal orgulhoso
Quer se fazer caprichoso
Vive de venta inchada
Sua cara empantufada
Só apresenta denodos
Tem esses inchaços todos
E tudo vem a ser nada.
Como é possível perceber, a Literatura de Cordel não é apenas entretenimento, muitas falam de coisas sérias e importantes. Algumas servem até como denúncia, dependendo do caso. Para saber um pouco mais sobre essa maravilhosa literatura, você pode entrar no site ABLC - Academia Brasileira de Literatura de Cordel e se informar sobre os vários autores e curtir um pouco mais dessas obras.
No site você pode encontrar a continuação desses trechos que postei aqui. No próximo post falaremos sobre as Xilogravuras.
Há muito tempo existiu
Um distinto fazendeiro
O mais rico que se viu
E tinha um jovem vaqueiro
Homem que nunca mentiu.
Também esse fazendeiro
Muitas lojas possuía
Tinha muitos empregados
Porém ele garantia
Que só aquele vaqueiro
Era sério e não mentia.
Seus amigos em palestra
Exclamavam admirados
Porque é que entre tantos
Homens nobres empregados
Somente um rude vaqueiro
É quem não causa cuidados?
E Tudo vem a ser nada
Silvino PirauáTanta riqueza inserida
Por tanta gente orgulhosa
Se julgando poderosa
No curto espaço da vida
Oh! que idéia perdida
Oh! que mente tão errada
Dessa gente que enlevada
Nessa fingida grandeza
Junta montões de riqueza
E tudo vem a ser nada
Vemos um rico pomposo
Afetando gravidade
Ali só reina bondade
Nesse mortal orgulhoso
Quer se fazer caprichoso
Vive de venta inchada
Sua cara empantufada
Só apresenta denodos
Tem esses inchaços todos
E tudo vem a ser nada.
Como é possível perceber, a Literatura de Cordel não é apenas entretenimento, muitas falam de coisas sérias e importantes. Algumas servem até como denúncia, dependendo do caso. Para saber um pouco mais sobre essa maravilhosa literatura, você pode entrar no site ABLC - Academia Brasileira de Literatura de Cordel e se informar sobre os vários autores e curtir um pouco mais dessas obras.
No site você pode encontrar a continuação desses trechos que postei aqui. No próximo post falaremos sobre as Xilogravuras.
Primeiramente vim aqui reclamar da autora!!! Pois eu estava com a mesma ideia de postar sobre xilogravuras em meu blog KKKKKK, brincadeira não vim reclamar, vim elogiar por essa postagem tão esclarecedora sobre essa arte pouco difundida no restante do país, realmente o cordel tem muita força no nordeste principalmente no interior, onde muitos desses "cordéis" chegam a ser o sustento de famílias que vivem em pequenas cidades turísticas do agreste e sertão nordestino, além de interessantes, são frutos de um trabalho árduo e artesanal que é cuidadosamente feito para ser lido e relido várias vezes, por ser uma leitura leve e na maioria das vezes engraçada, A Cidade do interior Pernambucano, São José do Egito, fabrica muita poesia e Cordel, sendo considerada a terra dos poetas, é um dos maiores exemplos de como essa cultura deu certo no nordeste Brasileiro. Parabéns pela postagem! e poste sobre as xilogravuras, que verei algo do tipo para postar em meu blog também :)
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